Reflexão Della Morena (20/10/2021)

A formiguinha

  • Publicado: Núcleo digital - 20/10/2021

Outro dia vi uma formiga que carregava uma enorme folha. Ela era pequena e a folha deveria ter, no mínimo, dez vezes o seu tamanho. A formiga a carregava com sacrifício. Ora a arrastava, ora a tinha sobre a cabeça. Quando o vento batia a folha tombava, fazendo cair também a formiga.
Foram muitos os tropeços, mas nem por isso a formiga desanimou de sua tarefa. Eu a observei e acompanhei até que chegou junto a um buraco, que deveria ser a porta de sua casa. Foi quando pensei: "Até que enfim ela terminou o seu empreendimento. " Ilusão minha! Na verdade, tinha apenas terminado uma etapa.
A folha era muito maior que a entrada do buraco, o que fez com que a formiga a deixasse do lado de fora para, então, entrar sozinha. Foi aí que eu disse a mim mesmo: "Coitada, tanto sacrifício para nada!" Lembrei-me ainda do ditado popular: "Nadou, nadou e morreu na praia. " Mas a pequena formiga me surpreendeu.
Do buraco saíram outras formigas, que começaram a cortar a folha em pequenos pedaços. Elas pareciam alegres na tarefa. Em pouco tempo a grande folha tinha desaparecido e todos os pedacinhos estavam dentro do buraco.
Imediatamente me peguei pensando em minhas próprias experiências. Quantas vezes desanimei diante do tamanho das tarefas ou das dificuldades? Talvez, se a formiga tivesse olhado para o tamanho da folha, nem mesmo teria começado a carregá-la. Invejei a sua persistência e força.
Naturalmente transformei a minha reflexão em oração, e pedi ao Senhor que me desse a mesma tenacidade para "carregar" as dificuldades do dia a dia. Que me desse a perseverança da formiga para não desanimar diante das quedas.
Que eu pudesse ter a inteligência e a esperteza dela, para dividir em pedaços o fardo que, às vezes, se apresenta grande demais. Que eu tivesse a humildade para partilhar com os outros o êxito da chegada, mesmo que o trajeto tivesse sido solitário.
Pedi ao Senhor a graça de, como aquela formiga, não desistir da caminhada mesmo quando os ventos contrários me fazem virar de cabeça para baixo. Mesmo quando, pelo tamanho da carga, não consigo ver com nitidez o caminho a percorrer. A alegria dos filhotes que, provavelmente, esperavam lá dentro pelo alimento, fez aquela formiga esquecer e superar todas as adversidades da estrada.
Após o meu encontro com aquela formiga eu saí mais fortalecido em minha caminhada. Agradeci ao Senhor por tê-la colocado em meu caminho, ou por me ter feito passar pelo caminho dela.
Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente.


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