Em uma igreja, durante longos dez anos, todos os dias entrava um mendigo, sentava no primeiro banco,
O padre da igreja via sempre aquele homem entrar todos, sentar, no primeiro banco, olhar para Jesus, levantar e sair. Isso durante longos dez anos.
Um dia, o padre indignado, ao ver o pobre homem entrar, sentar no primeiro banco, já se levantar e sair, chamou e lhe perguntou:
-Senhor, vejo o senhor entrar todos os dias na minha igreja, sentar-se no primeiro banco, em seguida se levantar e sair. Gostaria de saber o por que.
O pobre homem olha para o padre e diz:
- Eu não sei rezar, eu entro, sente no primeiro banco, olho para Jesus e digo: oi Jesus, eu sou o Zé. E saio. Eu não sei rezar.
O padre diz ao pobre homem:
- Não tem problema, meu senhor. Mesmo assim, o senhor é bem-vindo aqui.
Passado vários meses, o pobre homem desaparece da igreja, não é mais visto entrando, sentando no primeiro banco e saindo.
Mas um dia, o padre da igreja, ao visitar um hospital da cidade, se depara com o pobre homem em um leito, e ao lado dele uma cadeira vazia no pé da cama. O pobre homem sem poder mais andar, não podia visitar a igreja.
O padre chama a enfermeira e pergunta a ela:
- Quanto tempo esse senhor esta aqui internado?
A enfermeira diz:
- Há vários meses, padre.
O padre pergunta se ele tem recebido visitar. A enfermeira diz:
- Não, não vem ninguém visitá-lo.
O padre pergunta:
- Então, para o que esta cadeira está no pé da cama?
A enfermeira responde:
- É uma exigência do pobre homem.
Então, o padre se aproxima do leite e pergunta:
- E aí, como o senhor está?
- Estou bem – responde ele.
- Por que ninguém veio visitá-lo? O senhor não tem parentes?
- Todos os dias, ele vem me visitar.
O padre indaga o pobre homem:
- A enfermeira disse que desde que o senhor veio para cá, ninguém vem visita-lo.
- Vem sim – responde ele. – Todos os dias, ele vem, senta-se nesta cadeira e me diz: Oi Zé, eu sou Jesus!
Ítalo Antônio Fachim – Rio Preto