Reflexão Della Morena (23/12/2020)

Presente de Natal

  • Publicado: Núcleo Digital - 23/12/2020

Acordei nesse quinto dia de Dezembro com uma vontade de comprar um presente para JESUS, afinal não existe maior amigo, que o MESTRE DOS MESTRES e no dia 25 de Dezembro é aniversario dele.

Saí cedo, fui ao maior shopping center da cidade e pensei primeiramente em uma camisa branca, mas quando vi que branco mais branco da terra ainda era cinza perto da sua pureza, fiquei com vergonha e desisti.

Em outra vitrine, vi um sapato de couro, lindo e caríssimo, mas quando lembrei dos seus pés calçados pelas sandálias da missão cumprida, achei que não existiria na terra algo tão confortável que merecesse os seus pés.

Uma caneta, foi isso a próxima vitrine me apresentou, uma linda caneta de marca famosa, seria um lindo presente, mas lembrei-me que ele nunca escreveu nada, tudo que ele falou, mostrou na pratica, servindo e amando sempre.

Lembrei-me que ele um dia falou, que se sequer, não tinha um travesseiro, para recostar sua cabeça, e pensei, no melhor travesseiro de plumas de uma loja especializada em sono.

Era importado, e muito confortável, mas lembrei me, que os justos dormiam tranquilos, e que ele jamais usaria o travesseiro.

E, assim, fui olhando as vitrines, abotoaduras de ouro, malas de viagem, bebidas finas, comidas importadas, tudo supérfluo, tudo matéria que o tempo iria corroer.

Confesso que saí um pouco chateado do shopping, afinal, eu sai para comprar um presente para o senhor JESUS, e não havia achado nada.

Na porta do Shopping um menino miudinho, sorriu para mim, e ele perguntou o meu nome, e eu o dele, ele simplesmente sorriu para mim, estendeu a mão, tinha um rosto sujo, as mãozinhas encardidas, perguntei pela sua mãe, ele deu de ombros, sobre o pai, nem sabia onde estava. Perguntei se ele queria tomar um lanche, ele sorriu e disse que sim, pegou na minha mão.

Na porta do shopping, olhou suas roupas e olhou para mim, sabia que não estava corretamente vestido.

Peguei-o no colo, era a senha para ser feliz, seus olhinhos miúdos, percorriam aquelas luzes, enfeites e pessoas bonitas, como se fosse um filme.

Na lanchonete sentou-se na cadeirinha giratória e sorriu, como um "reizinho", e entre uma montanha de batatas fritas, éramos felizes como dois velhos amigos.

Falamos sobre bolinhas de gude, pipas e bola de futebol, coisas importantes para o ser humano, principalmente, quando somos crianças.

Devoramos dois lanches, e quando perguntei se ele queria um sorvete, como sobremesa, seus olhinhos brilharam feito sol, pedi um instante, fui até o caixa, quando voltei com os sorvetes na mão, ele já não estava mais ali...

Por um instante pensei, que ele tivesse ido ao banheiro, ou estaria olhando a lanchonete, mas não estava ali mesmo.

Foi quando vi sobre a caixa de batatas vazias, um papelzinho, escrita em letras miúdas, que dizia assim:
Obrigado pelo melhor presente de aniversário que podia me dar. Fizeste feliz, um dos pequeninos do mundo, ASSINADO, “JESUS”


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